Qualquer forma de desenvolvimento, para sê-lo realmente, deverá ser íntegro e integral, de modo a conduzir a um autêntico progresso. À semelhança de uma pessoa que caminha com dificuldade se o fizer com uma perna apenas, assim o progresso como que será coxo se, ao crescimento material, não corresponder um crescimento espiritual. Nos múltiplos aspetos, o progresso deve servir ao homem no seu todo, ou corre-se o risco de gerar o supérfluo, ou mesmo o ameaçador para o bem-estar e a existência terrena. Para o Papa Francisco, um autêntico progresso deve caracterizar-se pelo “carácter moral e pressupor o pleno respeito pela pessoa humana” (Laudato Sí, n. 5).
A Igreja não visa impedir o Progresso, mas interpelar o homem e acompanhá-lo nas várias descobertas, de modo a que ele desenvolva os seus dons sem com isso julgar-se omnipotente. De acordo com o a Encíclica Laudato Sí, “se reconhecermos o valor e a fragilidade da natureza e, ao mesmo tempo, as capacidades que o Criador nos deu, isto permite-nos acabar hoje com o mito moderno do progresso material ilimitado. Um mundo frágil, com um ser humano a quem Deus confia o cuidado do mesmo, interpela a nossa inteligência para reconhecer como deveremos orientar, cultivar e limitar o nosso poder” (n. 78).
A Doutrina Social da Igreja contém ricos e proféticos aportes a fazer ao mundo de hoje. Inspirada na mensagem Evangélica, quer ser ágape extensível a todos os homens, sem exceção, num ministério de serviço e diaconia próprio daqueles que encontram e testemunham Cristo e à semelhança Dele não querem servir-se dos outros, mas servir os irmãos (Mt 20, 28; Mc 10, 45). A Igreja oferece assim ao mundo a sua doutrina e ação social, primariamente positiva e construtiva, “sinal de esperança que brota do coração amoroso de Jesus Cristo” (Evangelii Gaudium, n. 183), dom para todas as nações e culturas, precioso auxílio na edificação de um autêntico progresso de todos os povos.
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