A vocação de todos à santidade

Porta BatalhaA comum vocação de todos os homens à santidade, qualquer que seja o seu estado, é confirmada pelo Catecismo da Igreja Católica (1) e por numerosos documentos do Concílio Vaticano II. (2) A Constituição Dogmática Lumen Gentium dedica-lhe um capítulo inteiro, (3) exortando o cristão a ser exemplo para o próximo na medida em que, ao praticar os conselhos evangélicos, edifica toda a sociedade.

Embora todos os homens sejam convidados à santidade, alguns estão especialmente chamados a dar exemplo. São Tomás ressalta, entre estes, os bispos e aqueles que levam vida religiosa, pois abdicam de certos bens terrenos, que poderiam usufruir livremente, para dedicar-se de modo mais integral e livre ao serviço de Deus. (4)

A Lumen Gentium (5) hierarquiza-os assim:

1. Os Bispos, que devem fazer do ministério “um sublime meio de santificação” a fim de ser “modelos do rebanho” (cf. 1Pe 5, 3) e com seu exemplo suscitar na Igreja “uma santidade cada vez maior”.

2. Os presbíteros, à semelhança dos Bispos e sempre em fiel e generosa cooperação, para que crescendo no amor a Deus e ao próximo sigam aqueles que “nos deixaram magnífico exemplo de santidade” a fim de alimentar e afervorar a sua ação “para alegria de toda a Igreja de Deus”.

3. Os diáconos, atendendo “a toda espécie de boas obras diante dos homens” (cf. 1Tm 3, 8-10. 12-13) e fazendo tudo para glória e honra de Deus. Aqui se incluem também todos os chamados ao cumprimento de algum ministério para que, dedicando-se às atividades apostólicas, possam dar fruto em abundância.

4. Os esposos e pais cristãos para que, na fidelidade mútua e imbuídos da doutrina cristã e das virtudes evangélicas eduquem a prole que amorosamente receberam, dando “exemplo de amor incansável e generoso” e edificando a comunidade.

Por último, incluem-se todos os fiéis, sejam quais forem as condições, tarefas ou circunstâncias do seu estado para, através de todas elas, “receber tudo com Fé das mãos do Pai celeste e cooperar com a divina vontade, manifestando a todos, na própria atividade temporal, a caridade com que Deus amou o mundo”. (6)

Pe. José Victorino de Andrade

In: Gaudium Press (adaptado)

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1) Ver, por exemplo, nn. 941, 1533, 2013.

2) Entre outros: Lumen Gentium, n. 32; Gaudium et Spes, n. 34 ; Gravissimum Educationis, n. 2; Presbyterorum Ordinis, n. 2.

3) Capítulo V: A Vocação de todos à santidade na Igreja.

4) Cf. Sum. Theol. II-II Q. 184, a. 5.

5) Cf. Lumen Gentium, n. 41

6) Idem.

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