Recentemente, a Santa Sé revelou que o número de seminaristas, de acordo com o Anuário Pontifício, diminuiu ligeiramente entre 2010 e 2015 de 118.990 para 116.843 mil. Entretanto, Deus não deixa de chamar (latim vocare) aqueles que têm vocação ao sacerdócio ministerial a fim de se colocarem ao serviço de todo o povo sacerdotal, constituído na Igreja pelos batizados. Pedimos muitas vezes ao “Senhor da messe que envie trabalhadores para a Sua messe” (Mt 9, 38), e não há dúvida que muitos são os chamados, e entre eles alguns dão o seu sim, à semelhança de Maria, acolhendo o projeto de Deus para as suas vidas. Mas é preciso que estes também se sintam acolhidos e auxiliados na sua resposta.
Para que cada vez mais jovens se sintam atraídos ao presbiterado -, e pude comprová-lo no período em que fui diretor espiritual no Seminário S. João Maria Vianney (Seminário Central Arquidiocesano da Bahia) – é de extrema importância a exemplaridade do sacerdote. Praticamente todos os seminaristas que interroguei tinham encontrado em algum momento da vida um padre que os inspirou, interpelou e auxiliou na caminhada vocacional. É preciso que os sacerdotes se compenetrem que é na medida em que acolhemos com docilidade a graça em nós, que a colheita será grande, conforme escreveu o Papa Francisco na sua mensagem por ocasião do Dia Mundial das Vocações, em 2014.
E para os sacerdotes oferecerem um testemunho plenamente persuasivo, deverão eles próprios estar convencidos da força sobrenatural que acompanha o seu ministério e da presença constante de Cristo em tudo o que realizam. O ensinamento do Concílio Vaticano II no Decreto Presbyterorum Ordinis salienta esta verdade alentadora: “Lembrem-se, pois, os presbíteros que no exercício da sua missão nunca estão sós, mas apoiados na força onipotente de Deus e assim, com fé em Cristo que os chamou a participar do Seu sacerdócio, deem-se com toda a confiança ao seu ministério, sabendo que Deus é poderoso para aumentar neles a caridade. Lembrem-se ainda que têm os seus irmãos no sacerdócio, e até os fiéis de todo o mundo, associados a si”. (n. 22)
Os numerosos problemas enfrentados pelos sacerdotes nos nossos dias encorajam-nos a pedir ao Senhor que, além de conduzi-los à plenitude da santidade por meio da qual serão vitoriosos nos seus desafios, continue a chamar sempre mais operários para a Sua messe.