Assistia recentemente a um historiador de Harvard, Thomas Woods Jr, a enumerar a existência de uma catadupa de informações contrárias à Igreja Católica, nas escolas, nas Universidades, nos média em geral, e a consequente e normal cristianofobia que esta está a gerar, embora baseada em calúnias e inverdades.[1] Já lá vai o tempo em que a Constituição Europeia simplesmente silenciou as suas raízes, mais de 1000 anos de História, como se as nações tivessem passado diretamente da civilização Greco-Romana para a Iluminista, omitindo o cristianismo e o grande papel da Igreja para a própria política, as artes, a arquitetura, a ciência, a lei, a agricultura, a economia, a caridade, os direitos humanos, etc. Hoje, assistimos a uma negação, não por omissão mas por oposição, uma enorme e concertada revolta e ojeriza contra todo o legado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Minam-se assim os próprios fundamentos daquilo que somos. Todavia, os púlpitos que hoje são instrumentalizados para denegrir a Igreja foram criados pelo próprio cristianismo, que fundou as escolas, as Universidades, desenvolveu e purificou a lei romana, preservou a literatura antiga, criou a lei dos povos ou internacional (ius gentium), elevou o poder a um serviço ou ministério, desenvolveu as ciências como nenhuma outra cultura. [2]Querem matar a própria Mãe que os gerou, educou e alimenta, a Igreja.
Esta semana, diariamente, saíram notícias contra a Igreja. Um dia dizem que ela é mentirosa e monstruosa ao negar o direito à morte pela eutanásia, noutro dia chamaram-lhe sociedade secreta homofóbica, antes salientaram o número dos que cada vez mais renunciam ao batismo, não podia faltar mais um eclesiástico pedófilo, e no dia anterior o padre que foi ríspido durante um batismo. Sejamos coerentes! Se em todos os lados se ouve falar mal da Igreja, das duas uma, ou realmente ela é monstruosa, a besta do apocalipse como lhe apelidam muitos fanáticos protestantes, ou existe notória e comprovadamente um complô contrário ao catolicismo, uma campanha que passou do silêncio devotado à maior religião ocidental, para um ataque cerrado, diário, pois não há dia em que não se verifique uma investida, quer à sua moral, quer à sua história, quer às suas instituições. Hoje, está tão em voga falar de homofobia, mas não se vê nenhum jornal, nenhuma televisão nem qualquer instituição a falar contra os homossexuais. Preconceito baseado muitas vezes na criação de uma espécie de pânico, baseado em sombras e fantasmas de casos isolados e muitas vezes generalizados. Mas se falam tanto em homofobia, talvez tenhamos relativamente ao cristianismo não uma fobia, mas uma obsessão, pois todos e a todo o momento criticam a Igreja. Tornou-se uma moda, enxovalhar a Esposa Mística de Cristo. É bonito, comum, normal. Anormal, é elogiar publicamente, como se n’Ela não houvesse nada de bom. Deixou de ser uma fobia, esculhambar a Igreja, tornou-se uma obsessão.
O Papa Bento XVI bem falava de um novo tipo de martírio para o nosso século. O da ridicularização dos cristãos. Desferem-se hoje golpes contínuos para ver se morre a Igreja, depois de Friedrich Nietzsche ter decretado a morte de Deus, coisa tão natural nesta cultura de morte em que vivemos. Há liberdade para matar os bebés, aspira-se a uma liberdade sexual total, ao pleno hedonismo, visa-se agora liberdade para matar os doentes e os idosos, mas para isso precisam-se aniquilar quaisquer amarras morais. Viram-se então contra Aquela que permanece solitária como um farol no meio do nevoeiro e da tempestade, a indicar um caminho de luz à humanidade, no meio de vagalhões que sobre Ela se precipitam. São as ondas devastadoras da moda a tentar varrer a Igreja. Na expressão mais ou menos conhecida de Mons. Delassus, num clássico, parece estarmos diante de uma conjuração anticristã. Ridicularizar a Igreja, tornou-se uma obsessão. Se continuar, a obsessão tornar-se-á uma generalizada e demoníaca possessão, e esses, parecem ser já tempos apocalíticos, tempos do anticristo. Não obstante, a Igreja poderia dizer à semelhança de Cícero: “Eu vi outros ventos e enfrentei sem temor outras tempestades”.[3] As portas do inferno não prevalecerão (Mt 16, 18).
Na Alegoria da Caverna, de Platão, quando nas sombras todos julgavam que estava o mundo real, houve um que apontou para o óbvio, um mundo que não era condicionado pela visão impingida e generalizada, mas o mundo real, um mundo de luz. Que os cristãos saiam corajosamente da mentirosa caverna das ideologias, para continuarem a missão que lhes foi confiada no seu Batismo, de profecia e de denúncia, ainda que recebam o martírio da ridicularização…
P. José Victorino de Andrade
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[1] Um excelente programa sobre a importância da Igreja para a edificação da sociedade Ocidental, iluminando as trevas lançadas pelos seus críticos. In: https://www.youtube.com/playlist?list=PL6NFCzHi1sfI8a-wo_UVjY4okQkpwIexs
[2] Loc. cit.
[3] “Alios vidi ventos, alias prospexi animo procellas” (In L. Calpurnium Pisonem, oratio, 9).
ESTOU PLENAMENTE DE ACORDO. CRITICAM A IGREJA CATÓLICA, MAS NÃO CRITICAM A MAÇONARIA, QUE ELA PRÓPRIA ESTÁ POR DENTRO DISTO TUDO. VEJAM A QUANTIDADE DE MAÇONS QUE OCUPAM AS BANCADAS DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.
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Concordo plenamente com essa ideia de obsessão contra a Igreja!!!
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